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O Poderoso Chefão

Nova York, 1946.

A fictícia família Corleone comemora a festa de casamento da filha, a Connie, e o patriarca Don Vito Corleone, um poderoso gangster conhecido como "padrinho", recebe pedidos de favores nada convencionais de alguns dos convidados em troca da lealdade deles.
 
Vito Corleone tinha vindo da Sicília, na Itália, alguns anos antes, em circunstâncias muito difíceis,  começando uma nova vida na América. Ali, ao lado de outras famílias italianas, os Corleone conseguiram enriquecer através de atividades ilícitas, tendo como fachada alguns negócios legítimos como a produção de azeite.
 
A história dessa família dentro do contexto da máfia americana está magistralmente contada no premiado filme O Poderoso Chefão (título original: The Godfather), de 1972, do diretor americano Francis Ford Copolla, baseado no livro homônimo do escritor ítalo-americano Mario Puzo.
 
 
 
 
 

 
 
Esse fílme é o primeiro de uma trilogia e é estrelado por atores como Marlon Brando, Al Pacino, Robert Duvall, Diane Keaton, entre outros.
 
Marlon Brando, no papel de Don Vito, e Al Pacino, no papel de Michael Corleone, um dos três filhos de Don Vito, apresentam uma atuação brilhante, para dizer o mínimo.
 
 
 Al Pacino como Michael Corleone
(então com 32 anos)
 
Muito mais que um filme sobre a máfia, O Poderoso Chefão toca em valores sublimes como família, honra, lealdade e hieraquia. Don Vito é acima de tudo um homem justo.
 
Mas se é uma obra fictícia, por que seria um filme histórico?
 
O Poderoso Chefão retrata muito bem o momento pós segunda guerra mundial, mostrando os Estados Unidos em franco crescimento. O próprio Michael é apresentado como um herói de guerra e, no primeiro momento, ele não tem relações com os negócios da família.
 
A cidade de Nova York estava tomada por gangters de várias nacionalidades: italianos, judeus, irlandêses... Eles exploravam negócios ilícitos, principalmente os jogos de azar e comércio ilegal de bebida. O tráfico de drogas também estava começando e no filme ele aparece como o motivo das desavenças entre as famílias que comandavam os esquemas.
 
Esse primeiro filme da trilogia vai dar o embasamento para os eventos que serão contados nas duas sequências, envolvendo a Revolução Cubana. O segundo filme é de 1974 e o terceiro de 1990. Falaremos deles em outras postagens.
 
Várias passagens e personagens do filme podem ser identificadas com um paralelo na vida real, como por exemplo, o cantor Johnny Fontane, que vai pedir ao "padrinho" Don Vito Corleone a  intervenção do chefão junto a um importante diretor de cinema para conseguir um papel no filme que ele iria produzir.
 
O diretor recusa enfaticamente o pedido no primeiro momento, alegando que Fontane teria arruinado a vida de uma atriz muito valiosa para o ele, alguém em quem ele teria investido milhares de dólares em aulas de canto, dança e interpretação, para transformar em uma estrela.
 
No entanto, os métodos de persuasão pouco ortodoxos do advogado dos Corleone, o "consigliere" Tom Hagen, vivido por Robert Duvall, são bem convincentes,  e Johnny acaba levando o papel.
 
Na vida real Johnny Fontane teria sido inspirado no cantor Frank Sinatra, que no início de sua carreira recebeu a ajuda de seu "padrinho", o mafioso Willie Moretti, que seria então uma das inspirações para a personagem de Vito Corleone, assim também como o mafioso Frank Costello, de quem Marlon Brando procurou imitar o jeito de falar.
 
A atriz mencionada pelo diretor seria então a belíssima Marilyn Monroe, com quem Sinatra teve um tumultuado relacionamento.
 
O filme seria "A Um Passo da Eternidade", que rendeu a Sinatra um Óscar de melhor ator coadjuvante em 1954.
 
 
Um destaque para o episódio do cavalo chamado Khartoum, nome da capital do Sudão, que foi tema de dois filmes já tratados aqui no blog: "Khartoum - A Batalha do Nilo" e "Honra e Coragem - As Quatro Penas Brancas".
 
 
O livro Noturno de Havana, do escritor americano T. J. English, conta mais detalhes os acontecimentos e personagens verídicos envolvendo a máfia americana, como Charles "Lucky" Luciano e Meyer Lanky, e também como ela se estabeleceu em Cuba e sobre como isso teria sido um dos motivos que levaram à Revolução Cubana. Já falamos aqui no blog dessas figuras e desse livro na postagem do filme "Mobsters - Império do Crime".