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Viagem à Lua

 O Teatro e o início do cinema

O teatro é uma das formas de arte mais antigas que existem, há muitos séculos é usado como um meio de contar histórias, entreter, criticar, gerar reflexões sobre determinados temas ou assuntos; com o passar dos anos e dos séculos foram surgindo os mais diversos gêneros, dentre eles comédias, dramas, tragédias, musicais, dentre outros.

O teatro foi uma das expressões artísticas mais populares até o final do século XIX, qualquer pessoa com boas ideias e disposição poderiam organizar uma peça – por menor que fosse – era possível fazer teatro apenas com um ator, poderia ser um monólogo, uma sátira, ou qualquer outro gênero, mas o fato é que o teatro era acessível a todas as pessoas, afinal até em ruas e praças públicas as peças eram encenadas.

Mas eis que no final do século XIX/início do século XX surge o cinema. O primeiro cinematógrafo foi construído pelos irmãos Lumiére na França durante o ano de 1895, eles acreditavam se tratar apenas de uma novidade passageira, e a invenção era exposta em circos e eventos como “fotos que se movimentam”. O mágico francês Georges Méliès foi o primeiro que olhou para o cinematógrafo e viu nele um meio de criar conteúdo de entretenimento, então o próprio Méliès cria a sua máquina de projeção e começa a rodar seus primeiros filmes, a maioria deles não passava de alguns poucos minutos que mostravam situações fictícias ou truques de efeitos visuais. Em 1902 ele filma Viagem à lua, sua grande obra-prima.

Cada vez mais e mais pessoas se interessam pelo cinema, e outros cineastas começam a criar seus filmes. A consequência? O teatro perde força e popularidade.

Afinal com o cinema, o público atingido era muito maior e as cenas só precisavam ser, teoricamente, feitas uma vez para assim serem registradas, diferentemente do teatro em que toda a equipe tinha que trabalhar cada vez que a peça fosse encenada. No decorrer do século XX, o teatro foi se transformando em uma forma de arte erudita e não mais em uma arte popular como era antes.

Começou-se então a surgiu uma rivalidade entre atores de teatro e os de cinema, quem fazia teatro enxergava o cinema como algo passageiro, industrial, secundário e de menor relevância. Assim como todos os meios de comunicação novos que surgem, o cinema levou bastante tempo para ser considerado uma ‘arte’, lembrando que a fotografia passou por isso antes do cinema, e o rádio e a TV passaram por isso depois do cinema já havia se estabelecido como a ‘sétima arte”. “O cinema levou um certo tempo para ser considerado ‘arte’, Como todos os meios de comunicação novos que surgem, ele também foi vítima do preconceito dos conservadores que consideravam qualquer novidade como uma forma de degradação do tipo de cultura consolidado que havia antes”, explica o autor Emanuel Levy.


Texto de Vitor Grané Diniz da página "Noites de Cinema" (Facebook e Instagram)

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O curta-metragem de 15 minutos,  "A Viagem à Lua" (Le Voyage dans la Lune), de 1902, foi dirigido por um dos pioneiros do cinema, o grande diretor francês Georges Miélès (1861-1838),
 
Inspirada no livro "Da Terra à Lua", de Júlio Verne, essa ficção mostra de maneira poética, teatral e criativa, uma expedição de homens à lua. Um astrônomo que mais parece o mago Merlin, convence outros professores ou cientistas a fazerem uma viagem à lua em um foguete ou cápsula de metal em formato de bala que é disparado por um canhão.
 
 
 
 
Chegando lá o foguete aterrissa justamente no olho direito da "face da lua", formando a figura que se tornaria uma imagem icônica do cinema.
 
Lá eles encontram e entram em confronto com os nativos "selenitas", um povo que vive em uma floresta de cogumelos gigantes, e que recebem esse nome em homenagem à Selene, a deusa grega da lua.
 
Mas antes desse encontro com a população local os astronautas passam a noite dormindo em seus sacos de dormir, enquanto são observados pelo Cosmos, representado pelas sete estrelas da Ursa Maior.
 


  
Miéles era um ilusionista, um mágico profissional e também diretor de teatro. Ele estava presente quando os irmãos Lumière fizeram a projeção de La Sortie de l'usine Lumière à Lyon (A Saída da Fábrica Lumière em Lyon), no Grand Café de Paris, em 1895, o marco inicial do surgimento do cinema.
 

Georges Méliès

Ele, que já era um profissional do entretenimento e do ilusionismo, ficou muito encantado com aquela invenção e viu um enorme potencial no cinema como veículo para a ilusão e fantasia, unindo o fantástico ao macabro.
 
Por suas técnicas inovadoras, é considerado o inventor dos efeitos especiais. Charlie Chaplin o chamava de "O Alquimista da Luz".
 
Depois de produzir mais de 500 curta-metragens, morreu no ostracismo em 1838, mas foi devidamente homenageado no filme "A Invenção de Hugo Cabret", de 2011, do diretor Martin Scorsese, vencedor de 5 prêmios Oscar em 2012.
 

  

Texto de Lizandra Soave (YouTube / Instagram / Telegram)

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A Inveção de Hugo Cabret

Paris, 1930.
 
Na esperança de descobrir uma mensagem de seu falecido pai, um garoto solitário que vive escondido nas dependências de uma estação de trem em Paris, tenta consertar um "autômato", uma espécie de boneco mecânico que funciona com engrenagens como as de um relógio.
 
O garoto é Hugo Cabret, de 12 anos de idade. Para concluir sua façanha ele começa a roubar as peças de um velho senhor que restaura brinquedos também na estação, Papa Georges. Só que o que ele vai descobrir ao ser desmascarado por Papa Georges irá mudar completamente a sua vida.
 
Essa emocionante história cheia de aventuras e suspense está contada no filme "A Invenção de Hugo Cabret" (Hugo), de 2011, do brilhante diretor americano Martin Scorsese. O filme é baseado no livro homônimo do escritor americano  Brian Selznick, publicado em 2007, e foi vencedor de 5 Oscar em 2012.

 
 
Ele faz uma belíssima e merecida homenagem ao grande diretor de cinema e de teatro, o ilusionista Georges Méliès, de quem já falamos aqui no blog no post do seu filme "A Viagem à Lua", de 1902. Quem interpreta brilhantemente Papa Georges - Georges Méliès é o ator britânico Ben Kingley.
 
 
Cartaz do filme "A Viagem à Lua"
 
 
O Autômato de Hugo Cabret

Ben Kingsley como Papa Georges (Georges Mèliès)
 
 
Georges Méliès